terça-feira, 3 de novembro de 2015

COMO CONJUGAR O VERBO “DESAPEGAR”



Procurando em dicionários informais pela “grande rede” me deparo com várias definições do verbo “desapegar”. Entre elas estão: tornar-se desafeiçoado ou menos afeiçoado; fazer perder ou perder o envolvimento; afastar (-se); libertar (-se). Confesso que a palavra que mais me agrada é a última mencionada. Na minha definição de “desapego” a liberdade é o carro chefe. Falta de afeição e indiferença não são sentimentos dignos do verbo desapegar. Pelo menos não para mim. Acredito que “desapegar” de algo ou alguém é essencial para se “apegar” a você. A indiferença ou falta de atenção para com algo ou alguém a meu ver não é sinônimo de “desapego”, é sinônimo de desumanidade, infelicidade e crueldade. Você não se mostra “desapegado” quando passa por alguém e não cumprimenta. Isto é falta de educação. Você não se mostra “desapegado” quando gasta todo seu salário em um dia tentando conquistar alguém com uma janta especial. Isto é falta de maturidade. Você não se mostra “desapegado” quando não dá importância aos refugiados de uma guerra. Isto é desinformação. “Desapegar” é um ato de coragem. Um ato de amor e nada tem a ver com a falta ou perda de afeição. “Desapegar” exige acima de tudo vontade de mudar. Vontade de crescer. Conseguir ver sua própria essência, ao invés de tentar ser a sombra do outro ou se esconder em algum bem material. Conjugar o verbo “desapegar” na primeira pessoa do singular não é para qualquer um. Dói.  Traz nostalgia. Medo. Muito medo. Mas te faz ver a vida de uma forma maior. Complexa e ao mesmo tempo simples. Como um grande quebra-cabeça. Onde existem várias peças para formar somente uma imagem. Assim é a vida. Ela vai te dar muitos caminhos, muitos encontros e muitos momentos para você se “formar”. Para você “surgir”. Não tente trapacear pegando peças de outras pessoas. Cada quebra-cabeça humano é diferente. É único.  Desapegue, liberte e encontre. A vida diz amém. Ela sempre diz.

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