Procurando em dicionários
informais pela “grande rede” me deparo com várias definições do verbo “desapegar”.
Entre elas estão: tornar-se desafeiçoado ou menos afeiçoado; fazer perder ou
perder o envolvimento; afastar (-se); libertar (-se). Confesso que a palavra
que mais me agrada é a última mencionada. Na minha definição de “desapego” a
liberdade é o carro chefe. Falta de afeição e indiferença não são sentimentos
dignos do verbo desapegar. Pelo menos não para mim. Acredito que “desapegar” de
algo ou alguém é essencial para se “apegar” a você. A indiferença ou falta de
atenção para com algo ou alguém a meu ver não é sinônimo de “desapego”, é sinônimo
de desumanidade, infelicidade e crueldade. Você não se mostra “desapegado”
quando passa por alguém e não cumprimenta. Isto é falta de educação. Você não
se mostra “desapegado” quando gasta todo seu salário em um dia tentando
conquistar alguém com uma janta especial. Isto é falta de maturidade. Você não
se mostra “desapegado” quando não dá importância aos refugiados de uma guerra.
Isto é desinformação. “Desapegar” é um ato de coragem. Um ato de amor e nada
tem a ver com a falta ou perda de afeição. “Desapegar” exige acima de tudo
vontade de mudar. Vontade de crescer. Conseguir ver sua própria essência, ao invés
de tentar ser a sombra do outro ou se esconder em algum bem material. Conjugar
o verbo “desapegar” na primeira pessoa do singular não é para qualquer um. Dói. Traz nostalgia. Medo. Muito medo. Mas te faz
ver a vida de uma forma maior. Complexa e ao mesmo tempo simples. Como um
grande quebra-cabeça. Onde existem várias peças para formar somente uma imagem.
Assim é a vida. Ela vai te dar muitos caminhos, muitos encontros e muitos
momentos para você se “formar”. Para você “surgir”. Não tente trapacear pegando
peças de outras pessoas. Cada quebra-cabeça humano é diferente. É único. Desapegue, liberte e encontre. A vida diz
amém. Ela sempre diz.
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